Por que o Ricardo Eletro faliu? Entenda!

A Justiça de São Paulo decretou 9/6/22 a falência da Máquina de Vendas, dona da marca Ricardo Eletro.

Pois é galera a Justiça de São Paulo decretou 9/6/22 a falência da Máquina de Vendas, dona da marca Ricardo Eletro.

O decreto foi suspenso por um despacho da 2ª Câmara Reservada de Direito Empresarial de São Paulo, segundo o jornal Folha de S.Paulo. O relator, o desembargador Maurício Pessoa, afirmou no despacho que o processo de recuperação judicial deveria prosseguir. A empresa já foi uma gigante do varejo, com mais de 1.200 lojas, faturamento de R$ 9,5 bilhões e 28 mil funcionários. Fundada pelo empresário Ricardo Nunes, em 1989, a companhia enfrentou uma série de dificuldades financeiras a partir de 2015, e Nunes foi acusado de sonegação de impostos

O juiz do processo de falência definiu que o grupo não teria mais viabilidade econômica e que houve um esvaziamento patrimonial da operação, especialmente depois do fechamento das lojas durante o período de pandemia. Segundo o atual presidente e controlador da empresa, Pedro Bianchi, a decisão foi uma 'surpresa muito grande'. A companhia recorreu. A Ricardo Eletro hoje tem apenas um e-commerce, mas com poucos produtos disponíveis. Existem várias categorias no site, mas muitas delas não têm nenhum item à venda. É o caso de eletrodomésticos, que era o produto principal da companhia. Todas as lojas físicas foram fechadas em 2020.

Fundador deixou empresa em 2019 e virou 'coach'.

Nunes já não está à frente da Ricardo Eletro desde 2019, quando vendeu sua participação para o empresário Pedro Bianchi, então sócio do fundo Starboard. O antigo dono partiu então para a vida de 'coach' de empreendedorismo e carreira, dando palestras para empresas. Ele tem 170 mil seguidores no Instagram. Nunes fundou a Ricardo Eletro em Divinópolis (MG). Dez anos depois, em 1999, a empresa chegou a Belo Horizonte e começou um processo de expansão. A partir de 2002 abriu lojas fora de Minas Gerais, começando pelo Espírito Santo. Em 2009, lançou seu e-commerce com 80 mil produtos. No ano seguinte, a Ricardo Eletro se fundiu com a varejista Insinuante, criando o grupo Máquina de Vendas.

Sonegação de impostos e recuperação judicial.

Depois de a empresa atingir faturamento de R$ 9,5 bilhões, em 2014, os problemas financeiros começaram, coincidindo com o período de recessão econômica do Brasil. Em 2018, veio a recuperação extrajudicial —graças aos bilhões em empréstimos tomados com bancos e fornecedores. O processo tinha como objetivo recuperar a saúde financeira da empresa, para que ela voltasse as trilhos. Com Nunes já fora da companhia, Bianchi decidiu, durante a pandemia, largar seu cargo na Starboard para focar totalmente na Máquina de Vendas. A pandemia complicou o cenário da já combalida Máquina de Vendas, que decidiu fechar todas as lojas. Resultado: a receita da empresa foi minguando, de R$ 180 milhõ.80 milhões mensais em 2019 para praticamente zero.

Para completar, por dívidas tributárias, o fundador da empresa, Ricardo Nunes, foi preso em 2020, acusado de sonegar impostos quando ainda estava na companhia. Na época, a investigação apontou que sonegação era 'política empresarial' na empresa. Nunes acabou ficando só um dia na cadeia. À frente da empresa, Bianchi tentou renegociar as dívidas da companhia, que chegam a R$ 4 bilhões, além de mais R$ 1 bilhão em impostos. Mas a empresa acabou entrando com pedido de recuperação judicial em 2020.Mais recentemente, a Máquina de Vendas passou por uma reestruturação. De 28 mil funcionários no auge, reduziu a operação para 40 pessoas. Também mudou sistema usado no seu e-commerce, na esperança de que as vendas online representassem o início da retomada da empresa. A ideia era, inclusive, retomar a operação de lojas físicas em 2023. Para Bianchi, os planos continuam mesmo com a decisão de falência decretada pelo juiz.

Nota da Ricardo Eletro : NOTA

Fonte: UOL